Uma interpretação diferente para a música “Eu nasci há 10 mil anos atrás”

Por Isaias Costa

A música “Eu nasci há 10 mil anos atrás” certamente é uma de suas músicas de maior sucesso até hoje. Como o Raul compôs centenas de incríveis obras de arte, sabemos que elas nos permitem fazer as mais diversas interpretações.

A interpretação mais comum desta música está conectada fortemente ao conceito de vidas passadas, no qual o Raul fala que nasceu há 10 mil anos atrás porque já viveu muitas vidas e o personagem do velhinho sentado na calçada seria um ser praticamente iluminado e que recordava destas inúmeras vidas passadas.

Porém, refletindo bastante sobre essa letra pensei numa nova interpretação super coerente e sei que vocês, que são mega fãs do Raulzito, vão gostar!

A música começa com o Raul falando:

“Um dia, numa rua da cidade
Eu vi um velhinho sentado na calçada
Com uma cuia de esmola e uma viola na mão
O povo parou pra ouvir, ele agradeceu as moedas
E cantou essa música, que contava uma história
Que era mais ou menos assim..,”

Percebam! Era um velhinho mendigo. Nós costumamos não dar atenção à um mendigo quando vemos algum na rua não é verdade? Então de cara o Raul está nos revelando que muitas vezes as pessoas mais sábias não aparentam ser!

Sabe o que podemos pensar a respeito desse senhor? Ele já tinha tanta bagagem de estudos de uma vida inteira que ao dizer que nasceu há 10 mil anos atrás, na realidade ele absorveu os mais diversos conhecimentos de 10 mil anos ou mesmo de antes disso…

Veja só que almanaque de conhecimentos era esse tal de Raulzito! Ou quem sabe o personagem descrito por ele…

Eu vi Cristo ser crucificado

Ele estudou a Bíblia sagrada com bastante afinco pra falar sobre Jesus com tanta maestria não só nessa mas em outras músicas incríveis como por exemplo, a “Um Messias Indeciso”.

O amor nascer e ser assassinado

Ele estudou as mais diversas teorias e ideias malucas sobre o nascimento e morte do amor.

Eu vi as bruxas pegando fogo pra pagarem seus pecados

Ele tinha vasto conhecimento do tempo da Idade Média sob o total predomínio da Igreja Católica que matava muitas mulheres de forma absurda por discordarem das imposições que a própria igreja implantava…

Eu vi Moisés cruzar o Mar Vermelho
Vi Maomé cair na terra de joelhos
Eu vi Pedro negar Cristo por três vezes diante do espelho

Aqui ele traz os mais vastos conhecimentos das religiões Cristãs e também do Judaísmo e Islamismo, que têm grande reverência pelos profetas Moisés e Maomé.

Eu vi as velas se acenderem para o Papa
Vi Babilônia ser riscada do mapa
Vi conde Drácula sugando o sangue novo
E se escondendo atrás da capa

Aqui ele faz menção às reverências que com o passar do tempo foram feitas aos papas. Fala sobre a História Mundial com a destruição da Babilônia. Conta sobre a História de Drácula e dos vampiros. O Raul sem dúvida leu muito, estudou muito sobre todas essas coisas…

Eu vi a arca de Noé cruzar os mares
Vi Salomão cantar seus salmos pelos ares
Eu vi Zumbi fugir com os negros pra floresta
Pro quilombo dos Palmares

Aqui ele traz mais ideias incríveis da Bíblia sagrada dos cristãos. Traz também ideias muito bacanas sobre os salmos de Salomão, além da História do Brasil com Zumbi e o quilombo dos palmares. O Raul era mesmo um cara muito versado em História concorda?

Eu vi o sangue que corria da montanha
Quando Hitler chamou toda a Alemanha
Vi o soldado que sonhava com a amada
Numa cama de campanha

Aqui ele traz de forma condensada várias coisas sobre a Alemanha do tempo do Hitler e os outros ditadores daquela época. O Raul gostava de ler sobre as inúmeras guerras e revoluções mundiais, por isso coloca isso de forma tão brilhante dentro dessa música.

Eu li os símbolos sagrados de Umbanda
Eu fui criança pra poder dançar ciranda
E, quando todos praguejavam contra o frio
Eu fiz a cama na varanda

Nessa estrofe o Raul fala sobre os conhecimentos da Umbanda, religião que ele era absolutamente encantado. Fala sobre as incríveis danças de ciranda. Outra ideia genial é sua vontade de desobedecer, de sair das ideias preconcebidas. Dormir na varanda em noite fria é coisa de maluco, e o Raul era maluco o suficiente pra encarar um desafio desses…

Eu tava junto com os macacos na caverna
Eu bebi vinho com as mulheres na taberna
E quando a pedra despencou da ribanceira
Eu também quebrei a perna
Eu também

Eu fui testemunha do amor de Rapunzel
Eu vi a estrela de Davi a brilhar no céu
E pra aquele que provar que eu tô mentindo
Eu tiro o meu chapéu

Nessas estrofes finais ele conta sobre os homens das cavernas, sobre as noitadas nas tabernas, que eram típicas no século XIX e XX. Conta ideias malucas de astrologia com a estrela de Davi. Ainda cita a história da Rapunzel, que é interessantíssima e cheia de simbolismos.

Mas sabe qual é outra ideia fantástica dentro dessa música que muitos não se dão conta? Está no refrão, que ele diz: “Não tem nada nesse mundo que eu não saiba demais”.

Esse demais pode ser interpretado como aquele cara que estudou um montão de coisas mas que não é um especialista em nada. Nessa hora eu sempre me lembro do grande escritor Rubem Alves que chamava esses especialistas de “grandes mestres”, pessoas que com o passar do tempo “sabem cada vez mais de cada vez menos”.

O Raul era o completo oposto dessa ideia. Uma prova concreta disso é que ele passou assim que terminou a escola pros cursos de Direito, Filosofia e Psicologia, estudando com afinco apenas por 6 meses num cursinho. E o maior objetivo dele ao passar no vestibular era impressionar o futuro “sogrão” norte-americano, que jamais permitiria que sua filhinha linda casasse com um rapaz que “não quisesse nada com a vida”. O Raul Seixas? Nada com a vida? Que criaturinha iludida hein? hehehe

Ao afirmar não saber “demais” o Raul está dizendo que conhece muitas coisas, mas sem tanta profundidade assim. E penso que essa é uma das virtudes que mais admiro nele e me faz ser um super fã dele, pois eu carrego em mim essa mesma pegada. Estudo diversos conteúdos e áreas diferentes, mas jamais posso abrir a boca e dizer que sou um especialista nisso ou naquilo, porque definitivamente eu não sou!

E então? Gostou dessa interpretação um pouquinho diferente dessa linda música? Se você quiser acrescentar alguma ideia sua, fique à vontade pra comentar. Esse espaço é nosso! Um espaço que só tem amantes do mestre Raul…

E viva Raul! Viva o Rock brasileiro…

Uma interpretação diferente para a música “Eu nasci há 10 mil anos atrás”

Os super-heróis brasileiros e quem os cria: o poder, o povo e a alienação

Por Paulo Ricardo 

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Diferente da criatura aterradora do médico Frankenstein, que punha medo nas pessoas e ainda assim se tornou um anti-herói, os genuinamente heróis são sempre vistos com muita receptividade e tratados como grandes mocinhos e capazes de fazer tudo e salvar a todos. Talvez a visão utópica sobre esses poderes afastem muitos adultos da ficção dessas criaturas, no entanto, outros se aproximam ainda mais deles por enxergar na personagem uma possibilidade de um mundo melhor e mais belo.

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Os super-heróis brasileiros e quem os cria: o poder, o povo e a alienação

O planeta como um cachorro eu vejo

Por Isaias Costa

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Não canso de repetir que o cantor e compositor Raul Seixas foi um dos artistas mais visionários e geniais que o Brasil já teve. Suas letras são repletas de mensagens profundas e que permitem inúmeras reflexões diferentes.

Uma de suas músicas mais incríveis e não tão conhecidas se chama “As aventuras de Raul Seixas na cidade de Thor”. Sua letra é bem extensa e dá pra escrever um catálogo a interpretando de ponta a ponta. Vou me ater a apenas uma estrofe que se encaixa perfeitamente no momento em que o mundo está passando: a pandemia do coronavírus.

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O planeta como um cachorro eu vejo

O fardo do fracasso e o contentamento descontente

Por Paulo Ricardo 

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Lançada em 1976, a música Quando Você Crescer, do Álbum “Há Dez Mil Anos Atrás”, é pouca conhecida do grande público de Raul Seixas, no entanto, a canção parece dialogar com questões essencialmente modernas e atuais. Entre elas: os sonhos, as tentativas de ter algum tipo de sucesso na vida, o fracasso das tentativas e mediocridade da aceitação de uma vida comum. Neste breve texto, separarei em tópicos, as ideias e excertos da canção, a fim de sistematizar e esclarecer melhor minha interpretação.

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O fardo do fracasso e o contentamento descontente

Uma interpretação da música “Paranoia” de Raul Seixas

Por Paulo Ricardo

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Raul seixas é um dos cantores mais icônicos da música brasileira, fez sucesso à sua época e se foi deixando para trás milhões de fãs e amigos. Diferentemente das letras sem grande significação que costumamos ver/ouvir atualmente no quadro musical brasileiro, as obras do cantor e poeta de A Metamorfose Ambulante transcendeu o tempo e hoje é respeitada e lembrada pelos bons ouvintes do rock nacional.

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Uma interpretação da música “Paranoia” de Raul Seixas

Será que Raul Seixas morreu cedo demais?

Por Isaias Costa

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Raul Seixas morreu no dia 21/08/1989 aos 44 anos. Publico esse pequeno texto em homenagem a ele 30 anos depois, no dia 21/08/2019, levantando essa pergunta do título: Será que Raul Seixas morreu cedo demais? Muitos dirão que sim, outros que não, e outros simplesmente dirão, não sei!

Lendo o livro “Raul Seixas: Estudos Interdisciplinares”, que traz uma coletânea de artigos, no artigo da Mônica Buarque intitulado “Rebeldia e negociação na trajetória artística de Raul Seixas”, dois trechos me chamaram bastante atenção e me inspiraram na escrita desse texto.

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Será que Raul Seixas morreu cedo demais?

Uma interpretação da música “Faça, fuce, force” a partir de Tomás de Aquino

Por Isaias Costa

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No momento em que escrevo esse texto estou lendo um texto bastante complexo do filósofo e teólogo da Idade Média Tomás de Aquino. O texto “Suma Teológica”.

Em determinado trecho que li foi impossível não associar a ideia ao Raul Seixas. Fiquei pensando: “Será que ele leu o Tomás de Aquino?”. Confira!

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“Se o gosto somente sente a própria paixão, quem, tendo-o são, julgar que o mel é doce, julgará com verdade; e semelhantemente, quem, tendo o gosto corrompido, julgar que o mel é amargo, julgará com verdade. E ambos julgarão de acordo com o modo pelo qual o próprio gosto é afetado. Donde resulta que todas as opiniões serão igualmente verdadeiras.”

Tomás de Aquino – Suma Teológica Questão 85- Art.2

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Uma interpretação da música “Faça, fuce, force” a partir de Tomás de Aquino

Tente outra vez

Por Isaias Costa

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Esses dias estava lendo textos no facebook e acabei me deparando com uma crônica lindíssima da querida escritora gaúcha Martha Medeiros. Na mesma hora que li a primeira pessoa que me veio em mente é claro que foi ele: Raul Seixas! Eu não duvido nada que ela tenha ouvido essa música no dia que escreveu essa crônica! hehehe

Farei uma breve reflexão a partir de um trecho dessa crônica linkando com a linda música do Raulzito.

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Tente outra vez

O cristianismo deveria se chamar crucianismo

Por Isaias Costa

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Lendo o excelente livro do místico oriental Osho chamado “Palavras de fogo – Reflexões sobre Jesus de Nazaré”, li um trecho que me fez lembrar de uma das mais críticas canções do mestre Raul Seixas, a música “Judas”, que até hoje ainda consegue causar muitas polêmicas, principalmente nos meios mais religiosos!

Farei uma breve reflexão a partir das suas palavras e linkando com a música do Raul. Leia abaixo…

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“Judas e Jesus eram amigos. Na verdade, sem Judas, Jesus não poderia existir. Algo na história fica faltando, algo muito especial está faltando. Pense em Jesus sem Judas. O cristianismo não seria possível. Não haveria nenhum registro de Jesus sem Judas. Em virtude da traição de Judas, Jesus foi crucificado; e como Jesus foi crucificado, o evento tocou no fundo do coração a humanidade.

O cristianismo nasce não devido a Cristo, mas devido à cruz. Assim, eu preferiria que o cristianismo fosse chamado de crucianismo. Ele não deveria ser relacionado a Cristo, mas à cruz.

Se você for às igrejas, verá que a cruz se eleva mais alto do que Jesus. Os bispos e os papas usam a cruz. O cristianismo nasceu da cruz. Mas, se você pensar isso, então quem é o autor da crucificação? – Judas, não Jesus.”

Osho

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É muito verdadeiro o que o Osho está dizendo com essas palavras. Judas é visto sempre como alguém perverso, alguém “do mal”, sendo que ele era sem sombra de dúvidas o apóstolo mais inteligente e preparado em termos de recursos entre os 12.

Ele era o mais estudado e o mais arguto também! Entendia como ninguém de finanças e economia e estava sempre lado a lado com Jesus lhe ajudando a fazer com que as peregrinações dos apóstolos se desse da melhor forma possível e com menos custos!

A verdade é que Jesus e Judas eram muito amigos. Não foi à toa que ele se suicidou não é mesmo? Ele jamais teria feito isso se não tivesse sido íntimo do mestre dos mestres Jesus!

Essas palavras do Osho lembram principalmente esse trecho da música: “Se eu não tivesse traído, morreria cercado de luz, e o mundo hoje então não teria a marca sagrada da cruz. E para provar que ele amava, pediu outro gesto de amor, pediu que o traísse com um beijo que minha boca então marcou…”.

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O evangelho apócrifo de Judas nos conta essa versão que a igreja católica abomina! Eu acho bem provável que o Raul tenha lido o evangelho de Judas “de cabo a rabo”, como se diz, e assim se inspirou para compor essa linda música!

Não se pode afirmar com 100% de certeza que essa é a “versão verdadeira”, porque existem mistérios infindáveis que circundam a pessoa de Jesus Cristo, mas eu simpatizo enormemente com essa versão de Judas!

Se Jesus não tivesse sido crucificado talvez hoje ele não passasse de mais um dos muitos profetas que nosso mundo já teve.

Eu acho muito interessante essa simbologia da morte! Ninguém pensa com profundidade sobre isso! O símbolo do cristianismo é um símbolo de morte terrível , dos mais cruéis que o ser humano da foi capaz de fazer, uma cruz.

Quando converso com amigos eu sempre brinco com essa simbologia. Eu digo assim: “Se Jesus tivesse morrido enforcado, o símbolo do cristianismo seria uma forca. Se ele tivesse morrido guilhotinado, o símbolo do cristianismo seria uma guilhotina ou se ele tivesse morrido eletrocutado, o símbolo do cristianismo seria uma cadeira elétrica, tudo isso pendurado no pescoço…”. Você já pensou que coisa mais macabra? Pois é! Bem vindo aos preceitos cristãos!

Talvez alguém leia esse texto pensando que estou de gozação, mas não estou! Escrevo isso pra que você se questione sobre as bases do cristianismo, que a meu ver, não tem absolutamente nada, repito, ABSOLUTAMENTE nada a ver com o mestre Jesus!

Quem lê meus textos sabe que eu tenha uma verdadeira fascinação pela sabedoria do Cristo. Eu digo o mesmo do grande Raul Seixas e digo o mesmo do místico Osho! Todos nós somos apaixonados pelo mestre Jesus, mas por quem ele foi de verdade, não o falso Jesus ensinado pelas religiões cristãs!

É preciso que tiremos da nossa cabeça e principalmente das nossas crenças mais arraigadas, essa ideia do sofrimento imenso que vem com a cruz de Cristo!

Quando vemos Jesus nas igrejas ele está com uma cara triste e cabisbaixa, como se sua morte na cruz tivesse sido um tormento sem medidas! É óbvio que ele sofreu muito e sentiu dores colossais, porém, no ápice da dor ele chegou a dizer: “Pai, perdoa-os, porque eles não sabem o que fazem…”.

Ele era tão amoroso e compassivo que mesmo nesse momento ele sabia olhar para os outros seres humanos! Como não amá-lo? Impossível!

As religiões se focam nessa dor de Jesus, sendo que ele era um poço de alegria, saúde e prosperidade! Ele ensinava a todos como ter uma vida com plenitude e beatitude, mas não nos focamos nesse lado. Por que? Para que continuemos sendo escravos dos padres e pastores e não alcancemos a verdadeira felicidade que provém da liberdade que Jesus tanto ensinava!

Jesus veio ao mundo para nos ensinar a sermos LIVRES e PLENOS. E esse caminho passa inevitavelmente por Judas! E no século XX acaba sendo resgatado pelo nosso baiano magricelo Raul Seixas e no século XXI por mim também!

Eu me sinto honrado em lhe ajudar a refletir sobre questões tão profundas nesse blog junto comigo e o Raulzito!

Concluo esse breve texto com essa linda música para animar a sua trilha sonora nesse dia!

“- Ei! Quem é você? Vamos responda?

Eu sou, eu sou JUDAS…”

 

O cristianismo deveria se chamar crucianismo

O mundo onírico de Raul Seixas

Por Isaias Costa

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De tanto ouvir as música do grande Raul Seixas, de repente me veio um insight muito interessante. Eu me dei conta do quanto o mundo onírico era algo predominante na vida dele. Só a titulo de informação, onírico está relacionado com os SONHOS.

Eu não duvido de forma alguma que muitas das suas composições surgiram depois de sonhos nos quais ele acordou com a lembrança viva na memória!

Vou citar aqui algumas das músicas em que ele fala sobre sonhos direta ou indiretamente. E de antemão já deixo você livre para comentar caso eu tenha esquecido de citar alguma ok? Vamos lá!

  • O conto do sábio chinês

Nessa música temos a frase: “Era uma vez um sábio chinês, que um dia sonhou que era um borboleta voando nos campos, pousando nas flores, vivendo assim um lindo sonho…”.

  • Gita

“Eu que já andei pelos 4 cantos do mundo, procurando, foi justamente num sonho que ele me falou…”.

Essa é uma das músicas mais profundas do Raul e não duvido nada que o próprio Krishna deu uma leve soprada nos seus ouvidos! kkkkkk

  • O dia em que a Terra parou

“Essa noite eu tive um sonho de sonhador, maluco que sou eu sonhei com o dia em que a Terra parou…”.

  • Canto para a minha morte

“Será que a morte irá me pegar no meio de um copo de uísque, na música que eu deixei pra compor amanhã? Será que ela vai esperar eu apagar o cigarro no cinzeiro? Virá antes de eu encontrar a mulher que me foi destinada e que está em algum lugar, embora eu ainda não a conheça?”

Aqui ele, indiretamente, está falando sobre o seu sonho de encontrar uma mulher que lhe fará imensamente feliz e que dividirá a vida com ele.

Esse rapaz era um romântico sonhador…

  • Você ainda pode sonhar

Pense num dia com gosto de infância, sem muita importância procure lembrar. Você por certo vai sentir saudades, fechando os olhos verá, doces meninas dançando ao luar. Outras canções de amor, mil violinos um cheiro de flores no ar.

Você ainda pode sonhar…”

  • A geração da luz

“Vocês vão ver um mundo bem melhor que o meu”.

Essa música revela um dos maiores sonhos do Raul, a de que um dia, num futuro beeeeem distante, vir a existir a geração da luz, com seres humanos de fato humanos e muito mais conscientes do que as pessoas que vemos hoje em dia.

A semente que ele ajudou a plantar já nasceu em nós raulsseixistas e pouco a pouco está atingindo mais e mais pessoas! Façamos cada um de nós a nossa parte para construir essa geração da luz tão sonhada pelo nosso amigo Raul, não é mesmo amigos?

  • Cantiga de ninar

“Nada tão belo como uma criança dormindo. Nem tão profundo como dormir sem sonhar.
Nem tão antigo como o sonho dos teus olhos. Nem tão distante como a hora de acordar

Dorme enquanto teu pai faz músicas. Que é a forma dele rezar.
Todos os sonhos na realidade. São verdades, se eu puder cantar…”

Nessa linda canção, o Raul revela o seu amor pelas três filhas que gerou e também por todas as crianças. O Raul amava as crianças e até já escrevi um texto aqui no blog falando só sobre isso, e você pode ler esse texto clicando [aqui].

  • Movido à alcool

“É triste ver que tudo isso é real porque assim como os poetas todos temos que sonhar…”

O Raul era um mega poeta sonhador!

  • Prelúdio

“Sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só.
Mas sonho que se sonha junto é realidade…”

Sonhemos junto com o mestre Raul para que aos poucos vamos construindo a geração da luz com pessoas mais conscientes, amorosas e inteligentes…

  • Nuit

“E quão longa é a noite. A noite eterna do tempo
Se comparado ao curto sonho da vida…”

Essa é uma das músicas mais complexas e profundas do Raul. Ele se inspirou, entre tantas outras coisas, nas palavras do grande filósofo Arthur Schopenhauer.

  • Medo da chuva

“Aprendi o segredo, o segredo, o segredo da vida.
Vendo as pedras que choram sozinhas no mesmo lugar. Vendo as pedras que sonham sozinhas no mesmo lugar…”

Essa é outra música extremamente simbólica do Raul Seixas. Nela, ele fala sobre os homens e mulheres que deixam de viver grandes experiências por conta dos medos e das algemas implementadas pela religião, como o tal do “até que a morte nos separe”, jurado nos casamentos religiosos!

Essas pedras que sonham sozinhas no mesmo lugar são essas pessoas que não têm coragem de se arriscar a viver outros amores.

Também já falei sobre essa música com mais detalhes e você pode ler esse texto clicando [aqui].

  • Gospel

“Por que que eu passo a vida inteira com medo de morrer?
Por que que os sonhos foram feitos pra gente não viver?”

Essa foi uma linda música do Raul que ficou enterrada por 20 anos e só depois desse tempo é que ficaram sabendo da sua existência…

Certamente existem outras músicas nas quais ele fala sobre sonhos direta ou indiretamente!

Que todas essas belas reflexões lhe levem a também ter altos sonhos e busque realizá-los!

Viva Raul…

 

 

O mundo onírico de Raul Seixas