O fardo do fracasso e o contentamento descontente

Por Paulo Ricardo 

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Lançada em 1976, a música Quando Você Crescer, do Álbum “Há Dez Mil Anos Atrás”, é pouca conhecida do grande público de Raul Seixas, no entanto, a canção parece dialogar com questões essencialmente modernas e atuais. Entre elas: os sonhos, as tentativas de ter algum tipo de sucesso na vida, o fracasso das tentativas e mediocridade da aceitação de uma vida comum. Neste breve texto, separarei em tópicos, as ideias e excertos da canção, a fim de sistematizar e esclarecer melhor minha interpretação.

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O fardo do fracasso e o contentamento descontente

Uma interpretação da música “Quero ser o homem que sou”

Por Isaias Costa

Raul Seixas (Credito Juan Luis Guerra)

Vou desenvolver nesse texto uma das diversas interpretações possíveis de uma linda música do Raul Seixas que, infelizmente, é pouco conhecida pela grande massa. Uma música mais ouvida pelos fãs do Raul que se chama “Quero ser o homem que sou”.

Abaixo está a letra completa com a música para ser ouvida.

Dizendo a verdade
Somente a verdade
Dizendo a verdade
Somente a verdade… *

Essa vã criatura indecisa no mal
Indecisa no bem
Sempre buscando aventuras
E sempre à procura das dores também
Com todos os desejos, pecados, receios
Rancor e arquejos
Do animal que gargalha
E que traz na boca rugidos e beijos

Mas… (*)

Esse gênio esboçado, essa criança louca
Esse filho da dor
Que foi capaz de erguer do lodo
Uma voz rouca em um canto de amor
Enquanto geme e chora
Mata e mente, acusa e defende
Deixa ficar pra trás
Na sua jornada uma canção de glória

(*)

Quero ser o homem que sou
Sim, quero ser o homem que sou
Sim, quero ser o homem que sou !

Mas…(*)

“Quero ser o homem que sou.. Assim, da maneira que sou”

Esse gênio esboçado, essa criança louca
Esse filho da dor
Que foi capaz de erguer do lodo
Uma voz rouca em um canto de amor
Enquanto geme e chora
Mata e mente, acusa e defende
Deixa ficar pra trás
Na sua jornada uma canção de glória!!

****************

Ele já inicia a música incentivando a dizer a verdade e somente a verdade, algo difícil não é?

O Raul dizia a sua verdade a todas as pessoas porque era um cara AUTÊNTICO. Ele era tão sincero e verdadeiro que muita gente tinha dificuldade de conviver pessoalmente com ele, não é à toa que ele se intitulava aspirante a “Maluco beleza”, é por isso, porque somente os malucos têm a coragem de dizer a verdade e somente a verdade…

Na primeira estrofe ele fala sobre estar indeciso no mal e indeciso no bem, porque ele nem mesmo sabia com convicção o que era o bem e o que era o mal. Isso só revela o quanto ele era absurdamente inteligente.

Quem de fato é inteligente, não consegue sair por aí dizendo: “Isso é bom! Isso é mal”, porque ao fazer isso, querendo ou não, está JULGANDO, e todo julgamento tem sempre algum pressuposto, entende? É bom baseado em quê? É mal baseado em quê?

Só nessa frase é possível fazer uma mega viagem filosófica, mas vou deixá-la com você, OK?

“Sempre buscando aventuras e sempre à procura das dores também”.

Nessa frase ele fala sobre aventura, palavra que tem a mesma raíz de ADVENTO, ou seja, algo que à de vir. Em outras palavras, quem se aventura está caminhando para encontrar algo no futuro que não sabe bem ao certo o que é, mas tem a esperança de ser algo bom.

Então ele completa falando sobre as dores e acho genial sua colocação, porque ao se aventurar, uma palavra sempre vem acompanhada, e essa palavra se chama RISCO. Toda aventura implica riscos, que podem trazer coisas boas para você ou não.

A importância de correr riscos 

Muitas pessoas têm medo de se aventurarem exatamente porque com os riscos, elas se focam no negativo, e não no positivo, e com isso fogem da própria verdade. Aqui volto para o refrão: “Dizendo a verdade, somente a verdade”.

Ao ter medo de se arriscar e se aventurar você não está seguindo a sua própria verdade, porque está condicionado, está com medo. E esse medo acaba lhe paralisando ou freando o seu caminhar.

Muita gente deixa de ir muito mais longe na vida por causa dessa falta de aventura.

Se você absorver apenas isso desse texto, já me sinto imensamente feliz. Busque se aventurar mais, o que à de vir pode ser muito melhor do que você imagina.

Em seguida ele fala sobre o MUNDO DUAL: “Com todos os desejos, pecados, receios
Rancor e arquejos. Do animal que gargalha. E que traz na boca rugidos e beijos.”

Nossa vida é marcada pela dualidade e o Raul mostrava isso nas suas músicas. Ele tinha músicas de protesto como “Mosca na sopa”, “Eu também vou reclamar”, “Metrô linha 743”, “Sociedade alternativa”, mas também tinha música cheias de amor e ternura como “Mas I love you”, “coisas do coração”, “baby”, “água viva”, “mata virgem”.

Grande Raul! Ele era bem mais romântico do que muitos pensam por aí, sabia?

Na segunda estrofe ele fala que foi capaz de erguer do lodo uma voz rouca em um canto de amor. Enquanto geme e chora. Mata e mente, acusa e defende. Deixa ficar pra trás. Na sua jornada uma canção de glória…

Mais uma vez ele fala sobre a dualidade da vida, mas de uma maneira serena, com aceitação.

Não há como fugir dela, um dia estamos felizes, em outro estamos tristes. Ora estamos com muita saúde, em outra não estamos. Ora estamos repletos de novos projetos e sonhos, em outra não estamos. E aí? Adianta se desesperar por isso? Não mesmo!

Era isso que o Raul queria nos transmitir com essa linda música.

Portanto! Basicamente é isso. Seja você! Viva a sua verdade. Diga a sua verdade para as pessoas. Sem medo!

Desta maneira a sua vida vai se transformar em uma canção de glória!

Uma interpretação da música “Quero ser o homem que sou”

Eu perdi o meu medo da chuva

Por Isaias Costa

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O Raul Seixas, com toda a poesia que existia em suas letras e canções, transmitia a cada um de nós, muito mais do que apenas meras ideias em 2 ou 3 minutos.

Toda uma filosofia de vida era transmitida em cada uma de suas músicas. Escutando bastante e estudando suas preferências, o que ele também gostava de ler, pouco a pouco estou descobrindo coisas que só um olhar mais atencioso consegue!

Vou fazer uma breve reflexão a partir da mensagem mais metafísica da linda música “Medo da chuva”. Nesse texto não vou me ater a letra completa porque já escrevi um texto com a interpretação desta música completa, cujo tema principal é um casamento que não deu certo. Se você ainda não leu esse texto, recomendo fortemente, o link está logo abaixo…

Medo da chuva

Nesta estrofe, existe uma ideia interessantíssima que tratarei a seguir:

Eu perdi o meu medo

O meu medo, o meu medo da chuva

Pois a chuva voltando

Pra terra traz coisas do ar

Aprendi o segredo, o segredo

O segredo da vida

Vendo as pedras que choram sozinhas

No mesmo lugar

*********

Esse medo da chuva tem uma relação com o medo das mudanças e também o medo de ter uma liberdade maior.

Ele fez essa metáfora com a chuva para revelar uma das maiores maravilhas que existe na natureza, TUDO ESTÁ EM FLUXO PERMAMENTE.

Se você observar bem a natureza, nela não existe nada parado, até mesmo as pedras sabia? As pedras estão passando o tempo todo pelo processo de erosão, principalmente aquelas que se encontram no mar, recebendo a força das ondas. Dentro de centenas de anos, todas as pedras que hoje existem se transformarão em areia, em pó!

Então o Raul diz na música: “Aprendi o segredo da vida vendo as pedras que choram sozinhas no mesmo lugar”.

Essas pedras são os seres humanos que tem medo dessa liberdade, medo de serem quem são, que se escondem por trás de uma máscara, de um sacramento da igreja que no fundo eles não acreditam profundamente.

A água que vem com a chuva um dia esteve na terra, evaporou, trouxe coisas do ar e volta para a terra para iniciar um NOVO CICLO.

A água que passa por um ciclo é a mesma? Definitivamente não! Cada vez que ela evapora é uma nova água. Por exemplo! Uma água que evapora na praia de Copacabana pode vir a cair no interior da Bahia levada pela própria natureza. Não é interessante isso?

O Raul utilizou toda a sua genialidade para nos mostrar que se buscarmos a segurança em algo que não existe como o sacramento do casamento, podemos nos arrepender amargamente e sofrermos em demasia. A nossa confiança deve estar sempre dentro de nós mesmos e o amor profundo deve sempre brotar dos corações livres e conscientes.

O Raul de certa forma conseguiu amar com mais consciência, como ele era uma metamorfose ambulante, suas próprias mudanças não favoreciam que ele continuasse com a mesma esposa pelo resto da vida. Hoje consigo compreender muito bem isso, e não há nada de errado com isso, porém, a igreja vem nos impor que devemos ficar junto com a outra pessoa “até que a morte nos separe”.

Para o Raul isso é um atentado contra a liberdade, por isso que ele diz: “porque quando eu jurei meu amor eu traí a mim mesmo…”.

Portanto, que essa genial música do Raul lhe leve a refletir com mais profundidade sobre a sua vida. Será que você não está querendo tornar permanente algo que no fundo sente que é impermanente?  Será que você acabou se transformando em uma pedra que sonha no mesmo lugar, que não ousa, que não se rebela com essa sociedade doente? Será que você tem medo da chuva, de ser como essa água que evapora e retorna em outro lugar mais bonito, mais florido, mais perfumado?

Reflita! Em minha opinião, essa é uma das músicas do Raul que mais nos permite refletir de forma profunda. Boa viagem…

 

 

 

Eu perdi o meu medo da chuva

Eu também vou reclamar

Por Isaias Costa

Toca Raul! Pelo amor de Deus!
Toca Raul! Pelo amor de Deus!

O Raul Seixas era um cara muito ambicioso e queria registrar seu nome para sempre no mundo da música e no coração dos seus fãs.

Uma de suas músicas que adoro e está repleta de ensinamentos sobre sua ambição é a “Eu também vou reclamar”, cuja letra completa está logo abaixo:

Eu também vou reclamar – Raul Seixas

Mas é que se agora
Pra fazer sucesso
Pra vender disco
De protesto
Todo mundo tem
Que reclamar

Eu vou tirar
Meu pé da estrada
E vou entrar também
Nessa jogada
E vamos ver agora
Quem é que vai güentar

Porque eu fui o primeiro
E já passou tanto janeiro
Mas se todos gostam
Eu vou voltar

Tô trancado aqui no quarto
De pijama porque tem
Visita estranha na sala
Aí eu pego e passo
A vista no jornal

Um piloto rouba um “mig”
Gelo em Marte, diz a Viking
Mas no entanto
Não há galinha em meu quintal
Compro móveis estofados
Me aposento com saúde
Pela assistência social

Dois problemas se misturam
A verdade do Universo
A prestação que vai vencer
Entro com a garrafa
De bebida enrustida
Porque minha mulher
Não pode ver

Ligo o rádio
E ouço um chato
Que me grita nos ouvidos
Pare o mundo
Que eu quero descer

Olhos os livros
Na minha estante
Que nada dizem
De importante
Servem só prá quem
Não sabe ler

E a empregada
Me bate à porta
Me explicando
Que tá toda torta
E já que não sabe
O que vai dá prá mim comer

Falam em nuvens passageiras
Mandam ver qualquer besteira
E eu não tenho nada
Prá escolher

Apesar dessa voz chata
E renitente
Eu não tô aqui
Prá me queixar
E nem sou apenas o cantor

Que eu já passei
Por Elvis Presley
Imitei Mr. Bob Dylan, you know…
Eu já cansei de ver
O Sol se pôr

Agora eu sou apenas
Um latino-americano
Que não tem cheiro
Nem sabor

E as perguntas continuam
Sempre as mesmas
Quem eu sou?
Da onde venho?
E aonde vou, dá?

E todo mundo explica tudo
Como a luz acende
Como um avião pode voar
Ao meu lado um dicionário
Cheio de palavras
Que eu sei que nunca vou usar

Mas agora eu também resolvi
Dar uma queixadinha
Porque eu sou um rapaz
Latino-americano
Que também sabe
Se lamentar

E sendo nuvem passageira
Não me leva nem à beira
Disso tudo
Que eu quero chegar
-E fim de papo!

****

O Raul viveu no tempo de repressão da ditadura militar, e ele compôs músicas altamente críticas nesse tempo. Músicas que foram censuradas.

Por causa do seu envolvimento com o misticismo através da sociedade alternativa, ele foi expulso do Brasil, pois os generais achavam que o Raul era uma ameaça ao bem comum.

O ano foi 1974, ele foi torturado e exilado. Foi para os EUA. Por lá cresceu em conhecimentos esotéricos e místicos, gravando um dos seus álbuns mais incríveis, o “Gita”, cheio de músicas extremamente profundas, que até hoje não são bem compreendidas, inclusive a própria “Gita”, que só consegue entender de verdade quem já leu o livro famoso chamado “Bhagavad Gita”.

Esse disco estourou no Brasil e ele foi “convidado” a voltar! (não esqueça das aspas OK!).

É por causa disso que ele fala nas primeira estrofes: “Porque eu fui o primeiro. E já passou tanto janeiro. Mas se todos gostam. Eu vou voltar.”

Esse voltar é o retorno ao Brasil porque todos gostaram das suas músicas. E esse primeiro tem a ver com a audácia do Raul em compor músicas críticas e com letras profundas.

A estrofe seguinte mostra o jeito desconfiado do Raul perante os generais do Brasil, homens autoritários e violentos. Eles são a “visita estranha” que ele quer distância.

Depois ele fala um pouco dos besteiróis que estão nos jornais e do comum na vida diária: Um piloto rouba um “mig”. Gelo em Marte, diz a Viking. Mas no entanto. Não há galinha em meu quintal. Compro móveis estofados, ae aposento com saúde, pela assistência social. Dois problemas se misturam, a verdade do Universo, a prestação que vai vencer.

Como em “Ouro de tolo”, o Raul “achava tudo isso um saco”. Inclusive as chatices do rádio. É por isso que ele diz:

Ligo o rádio
E ouço um chato
Que me grita nos ouvidos
Pare o mundo
Que eu quero descer

Nessa estrofe ele está falando sobre a música “Pare o mundo que eu quero descer”, de Silvio Brito. Um grande sucesso de 1976, que o Raul achava uma chatice.

Ele continua a música com um monte de lamentações. E é engraçado a crítica que ele faz a música “nuvem passageira”, do Ednardo, que estava “bombando” nas rádios e o Raul achava um porre de tão chata.

Falam em nuvens passageiras
Mandam ver qualquer besteira
E eu não tenho nada
Prá escolher

Esse nada pra escolher é a falta de opções das rádios brasileiras.

Depois ele faz a associação com outros artistas como Elvis Presley e Bob Dylan, que ele gostava de ouvir.

E fala do Belchior e sua famosa canção “Apenas um rapaz latino americano”, uma de suas principais canções, que também tem um tom de lamentação por ser nordestino sofrido, vindo do interior para a cidade grande São Paulo. Por isso que ele fala:

Mas agora eu também resolvi
Dar uma queixadinha
Porque eu sou um rapaz
Latino-americano
Que também sabe
Se lamentar

E ele termina a música dizendo assim:

E sendo nuvem passageira
Não me leva nem à beira
Disso tudo
Que eu quero chegar
-E fim de papo!

Ou seja, ele queria fazer algo que impactasse bem mais as pessoas que a música “Nuvem passageira”, detestada por ele!

Em resumo, é mais ou menos isso que essa música está querendo dizer. O Raul gostava de ser original e essa música é uma reclamação ao lixo musical que estava se disseminando. O título é isso “Eu também vou reclamar”, não como fez o Belchior, mas reclamar da qualidade das músicas.

Fico imaginando se o Raul vivesse no mundo de hoje. Meu Deus! Ele ia morrer do coração com o lixo musical propagado pra todo lado.

Ele que fez questão de ultrapassar a barreira do som, fazendo o que pôde às vezes fora do tom”, ficaria arrasado de ver os músicos se movendo a passos mais lerdos que de tartaruga! É uma pena, esse homem faz e vai continuar fazendo muita falta.

O interessante no Raul é que ele pegou o impedimento da ditadura militar para transcender a ele próprio e se tornar um músico muito mais completo a partir desta proibição.

Isso é outra das coisas que me faz ser fã de carteirinha dele. Ser impulsionado pela proibição.

Para terminar, uma reflexão interessante sobre isso:

Nossas ações podem estar impedidas, mas não há impedimento para nossas intenções e disposições. Porque nós podemos nos acomodar e adaptar. A mente adapta e converte ao próprio interesse o obstáculo a nossas ações.

O impedimento a ação avança a ação.

O que bloqueia o caminho se torna o caminho.

— Marco Aurélio

Faça como o Raul e o Marco Aurélio! O impedimento a ação avança a ação. Avance nos seus sonhos, planos e metas! Torço por você!

Eu também vou reclamar

Enquanto você me critica

Por Isaias Costa

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Eu acho impressionante a carga de mensagens sobre transcendência que existe em muitas das músicas do Raul. É por essas e outras que elas são compreendidas por tão poucas pessoas. Estava refletindo sobre uma das que mais gosto e que, inclusive, já me inspirou a escrever um dos artigos do blog. A música “No fundo do quintal da escola”. Se você ainda não leu o artigo, ele está logo abaixo.

Vamos pular o muro?

E a música, para ser apreciada está neste link a seguir.

Vou fazer uma reflexão baseada apenas em um trecho do início da música. Esse aqui:

“Não sei onde eu tô indo, mas sei que eu tô no meu caminho. Enquanto você me critica, eu tô no meu caminho…”

O Raul está querendo transmitir tanta coisa com essas poucas palavras! Você nem faz ideia!

A primeira coisa tem a ver com a sua AUTENTICIDADE. O Raul sabia muito bem o que queria e o caminho que estava seguindo. Ele queria, acima de tudo, ser feliz e ter uma vida com profundo significado, uma vida que não passasse em branco e que seu nome ficasse registrado para sempre na história da música. Esse era o desejo mais profundo do Raul, se tornar eterno, se tornar imortal.

E foi exatamente o que ele conseguiu. E isso se deve muito a sua busca incessante pelo autoconhecimento e pela transcendência. O Raul passou boa parte da sua vida mergulhando em conhecimentos esotéricos e espirituais.

É por isso que ele fala tanto em muros, discos voadores, espaço, tempo, passado, futuro etc.

Nesta música ele fala de muros. Muros são barreiras, empecilhos, divisões. Eles representam a perda da LIBERDADE e das ESCOLHAS individuais conscientes.

No primeiro texto que escrevi a partir desta música, falei sobre pular muros. Ele compôs essa canção para encorajar seus ouvintes a pularem os muros de medo, de receios, de dogmas, de verdades absolutas etc. etc.

Sabe qual foi um muro muito difícil que o Raul pulou e deixou explícito nesta frase que destaquei? O muro das CRÍTICAS. Esse muro é alto meu amigo! Para pular esse muro é preciso se trabalhar muito interiormente, é preciso desenvolver um nível de consciência que nem todos dão abertura para desenvolver.

Nós adoramos criticar os outros, e nas críticas, esquecemos de olhar para dentro de nós mesmos.

Sempre digo e repito, inclusive já escrevi sobre isso. Não adianta fazer críticas a ninguém, porque sempre que criticamos, a primeira reação do outro lado é sempre, SEMPRE de defesa, por causa do nosso ego. Ninguém engole a seco uma crítica, sempre queremos nos defender e nos justificar por nossos atos, pensamentos e posturas.

O Raul não, ele era um cara tão humilde, tão consciente, tão evoluído espiritualmente, que ele transcendia todas as críticas que faziam a ele. Eu acredito que ele respondia às críticas com a oração dos sábios, o SILÊNCIO. O silêncio é a melhor resposta às críticas.

É por isso que ele diz: “Enquanto você me critica eu tô no meu caminho”.

Depois, mais na frente ele fala que enquanto a turma se juntou para bater uma bola, ele estava pulando o muro com o Zezinho no fundo do quintal da escola.

Eu posso estar enganado quanto ao Zezinho, mas não duvido nada que seja o Paulo Coelho. Eles dois pensavam muito parecido e não conseguiam se encaixar no sistema doente e cheio de regras no qual estavam inseridos.

Esse pular o muro é a busca pela transcendência, pelo crescimento espiritual.

Uma das coisas que me faz ser fã do Raul é exatamente isso. Ele foi um dos brasileiros mais espiritualizados do seu tempo, porém, quase ninguém entendia suas mensagens.

Podemos aprender muito com ele. Podemos pular esse muro cruel da CRÍTICA buscando evoluir espiritualmente.

Eu estou nesse caminho e pouco a pouco estou conseguindo progressos. E o Raul tem me ensinado muito nesse sentido.

Vamos juntos?

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Enquanto você me critica

Uma vida plena é uma vida autêntica

Por Isaias Costa

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Esse sim era um cara autêntico…

Uma das virtudes do Raul Seixas que mais me faz admirá-lo e tê-lo como referência na minha vida é a sua AUTENTICIDADE. Ele foi um dos homens mais autênticos que esse nosso país já teve a honra de receber. Ele buscava viver em plenitude, e buscou tanto isso que acabou não se dando limites aos seus inúmeros desejos. Farei uma breve reflexão sobre essa sua grande virtude, a partir de algumas palavras do filósofo e escritor Lou Marinoff.

“Pode ser que você precise de uma coragem considerável para cultivar o seu talento, especialmente quando isso o levar a explorar caminhos desconhecidos ou o conduzir por outros que sejam diferentes dos percorridos por sua família, por sua comunidade ou por seus amigos. Porque coragem significa mais do que mostrar bravura em tempos de combates mortais, desastres naturais, risco financeiro ou outros perigos iminentes; também significa ser corajoso o bastante para ser você mesmo diante da pressão da família, da comunidade ou dos amigos que desejam que você entre nos moldes que eles vislumbravam para você. É necessário coragem para levar sua própria vida de maneira autêntica, em vez de uma vida que os outros traçaram para você. Uma vida plena é uma vida autêntica.”

Lou Marinoff

Ele fala sobre a CORAGEM. Só é possível viver de forma autêntica tendo coragem. O Raul sempre nutriu essa coragem e marcou para sempre seu nome na história da música brasileira e nos corações dos milhões de fãs que ele deixou.

A palavra coragem

Em minha opinião, as palavras mais bonitas desta citação são essas: “É necessário coragem para levar sua própria vida de maneira autêntica, em vez de uma vida que os outros traçaram para você”. Certamente o Raul viveu isso na pele diversas vezes. A sua mais clássica música que reflete essa realidade é a “Metamorfose ambulante”, na qual ele diz: “Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”. Ou na música “Mamãe eu não queria” que mostra a influência negativa que a família pode ter ao interferir nas escolhas e sonhos pessoais. Nesta música temos a seguinte frase logo do início: “Larga dessa cantoria menino! Música não vai levar você a lugar nenhum…”. Ele queria seguir o seu próprio caminho, não queria seguir regras, seguir um caminho já trilhado por alguém, ele queria ser AUTÊNTICO, fazer algo novo, algo só seu, algo com suas características próprias, com seus desejos, pensamentos, anseios, medos etc. O Raul foi muito corajoso em compor canções extremamente críticas em um período pesado de ditadura militar, na qual poderia facilmente ser assassinado ou condenado a muitos de prisão. Ele utilizou sua enorme inteligência para escrever críticas sutis em suas músicas, críticas estas que o governo nem se dava conta e tocava nas rádios para todo mundo ouvir.

Quantas pessoas na nossa sociedade deixam de ter uma vida plena e autêntica por puro medo, comodismo, conformismo, falta de ousadia etc? Eu mesmo, já sofri muito por ter medo de seguir meu próprio caminho e não querer desapontar meus pais, irmãos, amigos, família. Eu me inspirei e ainda me inspiro muito no Raul para seguir firme no meu caminho. Desenvolvi em mim um desejo imenso de crescer como escritor e pouco a pouco estou conseguindo esses progressos. Precisei e continuo precisando de muita coragem, e o grande Raul é dos homens que me dão essa coragem de seguir em frente. Tive grandes revoluções na minha vida, hoje escrevo sobre temas filosóficos, psicológicos e teológicos, mas há poucos anos só pensava em Matemática e Física e meu sonho era ser professor universitário e pesquisador, sonho que mudou completamente. O que precisei para mudar radicalmente os meus sonhos? Precisei ser AUTÊNTICO. E estou aqui hoje para incentivá-lo também, sempre inspirado no meu grande amigo Raul Seixas.

Vá a luta! Realize seus sonhos! Tenha muita coragem! Seja você mesmo e não queria simplesmente agradar as outras pessoas, queira o melhor para você e sua felicidade. Lembre-se sempre: Uma vida plena é uma vida autêntica…

* Para ouvir a leitura desse texto basta clicar [aqui]

Uma vida plena é uma vida autêntica

Século XXI cambalache

Por Isaias Costa

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O Raul Seixas era um cara extremamente crítico em suas canções, ao mesmo tempo em que buscava ser autêntico e verdadeiro. Se tem uma coisa que ele buscava sempre era não ser um hipócrita. Ele bebia, fumava, se drogava, ferreava, vivia indo a bordéis, mas ele nunca negava isso a ninguém, nem mesmo à sua família. Essa sua atitude me faz admirá-lo e tê-lo como uma das minhas referências. Eu prefiro prestar atenção em alguém cheio de maluquices como ele, mas que era autêntico, do que perder meu tempo ouvindo pseudomestres e gurus que se autointitulam “santos”, mas que vivem uma vida de mentiras, de hipocrisia, já com a alma impreguinada de demônios e uma voz suave de pregador. É assim que eu penso, não precisa concordar comigo…

Vou fazer uma breve reflexão a partir de uma das minhas músicas favoritas do Raul, a “Cambalache”. A música com a letra completa estão logo abaixo.

Cambalache- Raul Seixas

Que o mundo foi e será uma porcaria eu já sei
Em 506 e em 2000 também
Que sempre houve ladrões, maquiavélicos e safados
Contentes e frustrados, valores, confusão
Mas que o século xx é uma praga de maldade e lixo
Já não há quem negue
Vivemos atolados na lameira
E no mesmo lodo todos manuseados
Hoje em dia dá no mesmo ser direito que traidor
Ignorante, sábio, besta, pretensioso, afanador
Tudo é igual, nada é melhor
É o mesmo um burro que um bom professor
Sem diferir, é sim senhor
Tanto no norte ou como no sul
Se um vive na impostura e outro afana em sua
Ambição
Dá no mesmo que seja padre, carvoeiro, rei de paus
Cara dura ou senador
Que falta de respeito, que afronta pra razão
Qualquer um é senhor, qualquer um é ladrão
Misturam-se beethoven, ringo star e napoleão
Pio ix e d. joão, john lennon e san martin
Igual como na frente da vitrine
Esses bagunceiros se misturam à vida
Feridos por um sabre já sem ponta
Por chorar a bíblia junto ao aquecedor

Século xx “cambalache”, problemático e febril
O que não chora não mama
Quem não rouba é um imbecil
Já não dá mais, força que dá
Que lá no inferno nos vamos encontrar
Não penses mais, senta-te ao lado
Que a ninguém mais importa se nasceste honrado

Se é o mesmo que trabalha noite e dia como um boi
Se é o que vive na fartura, se é o que mata, se é o
Que cura
Ou mesmo fora-da-lei

O título da música é “Cambalache”. O que essa palavra significa? Ela significa: “ato feito no intuito de enganar algo ou alguém”. Enfim, essa música vem nos falar basicamente das inúmeras inversões de valores vividas em nossa sociedade. O que acho mais interessante é que ele escreveu essa música ainda no século XX, mas veja só! De lá pra cá, o que mudou? Mudou sim! Para pior. O título deste texto é “Século XXI cambalache”, estamos vivendo um século mais cambalache do que o Raul jamais poderia imaginar. Às vezes chego até a refletir se o Raul suportaria viver no Brasil nas condiçõs em que nos encontramos hoje, ao mesmo tempo fico pensando o que um cara tão genial como ele faria se tivesse acesso à internet como nós temos. Imagino que ele “faria miséria”, atacaria o governo, os políticos, as grandes corporações… não duvido nada que ele fosse assassinado. Você percebe que pessoas que têm um potencial enorme de fazer acontecer grandes revoluções normalmente são assassinadas? Exemplos não faltam: Jesus Cristo, Sócrates, Mahatma Gandhi, Martin Luther King, Abraham Lincoln, Osho, John Lennon… As pessoas não suportam estar perto de alguém que mexe diretamente com a pseudo-ordem social, mexe diretamente no pensamento das pessoas, levando-as a crescerem em amor, consciência e liberdade. Foi isso o que Jesus Cristo fez e terminou pregado numa cruz. Sabe a música genial do Raul chamada “Cowboy fora da lei”? Logo no início ele diz: “Mamãe não quero ser prefeito. Podeser que eu seja eleito e alguém pode querer me assassinar…”. Ao compor essa música, acredito que provavelmente o Raul lembrou de exemplos como Abraham Lincoln e muitos outros, que foram duramente assassinados devido aos seus ideais libertários. E lá na frente ele diz: “Oh coitado foi tão cedo. Deus me livre eu tnho medo. Morrer dependurado numa cruz”. Aqui, logicamente ele está falando sobre Jesus Cristo, que morreu muito jovem também por causa dos seus ideais libertários. O Raul morria de medo de morrer da mesma forma, e com muita razão… Essa é uma discussão muito longa, poderia escrever um livro só sobre isso..

Que o mundo foi e será uma porcaria eu já sei
Em 506 e em 2000 também
Que sempre houve ladrões, maquiavélicos e safados
Contentes e frustrados, valores, confusão
Mas que o século xx é uma praga de maldade e lixo
Já não há quem negue
Vivemos atolados na lameira
E no mesmo lodo todos manuseados

Estamos todos no mesmo lodo, todos manuseados pelo sistema que corrompe nossos valores mais nobres, dignidade, honestidade, retidão, empatia. O mundo se transformou numa praga de maldade e lixo e poucos são os que têm coragem de se expressar e mostrarem sua indignação e possíveis caminhos para se reverter isso. Estou aqui nesse intuito, para mostrar que é possível sim reverter isso, e o caminho está dentro de cada um de nós, aravés do crescimento em consciência. Sempre haverão ladrões, maquiavéicos e safados, mas que nós não façamos parte desse grupo nojento de pessoas.

Hoje em dia dá no mesmo ser direito que traidor
Ignorante, sábio, besta, pretensioso, afanador
Tudo é igual, nada é melhor
É o mesmo um burro que um bom professor
Sem diferir, é sim senhor
Tanto no norte ou como no sul
Se um vive na impostura e outro afana em sua
Ambição
Dá no mesmo que seja padre, carvoeiro, rei de paus
Cara dura ou senador

Esta é uma parte pesada dessa música. Nela ele fala que tanto faz ser do bem ou não. Para essa sociedade doente, não há muita diferença em ser honesto ou desonesto. Estamos cada vez mais cansados de ver tanta IMPUNIDADE. Políticos desviando dinheiro público ao bel prazer, um descaso com a educação, com a saúde pública, com os transportes públicos, sete anos de preparação para uma copa do mundo onde se chega na copa e ainda há milhares de obras a serem construídas, milhões “mamando nas tetas” da população que paga impostos exorbitantes, juros nos bancos que só faltam sugar a nossa alma junto com o dinheiro e mais milhões de outras barbaridades. O que o Raul quer dizer na música é que se torna muito difícil continuar sendo honesto em meio a uma realidade como essa, onde quase todos estão se corrompendo.

Que falta de respeito, que afronta pra razão
Qualquer um é senhor, qualquer um é ladrão
Misturam-se beethoven, Ringo Starr e Napoleão
Pio ix e d. joão, john lennon e san martin
Igual como na frente da vitrine
Esses bagunceiros se misturam à vida
Feridos por um sabre já sem ponta
Por chorar a bíblia junto ao aquecedor

Aqui ele faz uma mistura louca de pessoas, coloca todos na mesma situação. John Lennon foi assassinado (ele era ladrão?), Napoleão foi envenenado (ele era ladrão?), Ringo Starr está vivo (ele é senhor ou ladrão?). Ele coloca esses personagens para dar um nó na nossa mente. Estamos todos sendo feridos por um sabre já sem ponta. Essas são feridas que não se vê na pele, mas se vê nas insatisfações com a vida, com o país, com o trabalho, com a própria família muitas vezes…

A última frase desta estrofe se junta a última parte da música.

Século xx “cambalache”, problemático e febril
O que não chora não mama
Quem não rouba é um imbecil
Já não dá mais, força que dá
Que lá no inferno nos vamos encontrar
Não penses mais, senta-te ao lado
Que a ninguém mais importa se nasceste honrado

Se é o mesmo que trabalha noite e dia como um boi
Se é o que vive na fartura, se é o que mata, se é o
Que cura
Ou mesmo fora-da-lei

Chorar a bíblia, isso é o que faz boa parte dos pastores da igreja universal e também muitos padres e líderes religiosos, com o intuito de “mamar nas tetas” dos fiéis. “O que não chora não mama”, para ter dinheiro fácil tem que chorar e tem que mostrar para os fiéis que eles serão castigados se não derem o dinheiro. Será? Não vou me estender nisso para não criar muita polêmica, vou deixar apenas uma foto que resume bem tudo o que tenho a dizer. Veja…

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A frase: “Não penses mais, senta-te ao lado. Que a ninguém mais importa se nasceste honrado” passa pela mente de quase todas as pessoas honestas. Elas crescem nutrindo diversos valores que para a sociedade não valem muita coisa, então o Raul diz para não pensar demais, exatamente porque se pensar demais a consciência vai sobressair e vai se tornar mais difícil ser um ladrão. Você pensa que os ladrões pensam demais antes de executarem seus roubos? Claro que não! Porque o pensamento é inimigo da desonra. Então para sentar ao lado dos ladrões basta se tornar tão burro e demente quanto eles, que agem sem pensar criticamente. Espero que ao ler estas palavras você tenha orgulho de ser uma pessoa honesta, os honestos são mais inteligentes, por mais que a sociedade queira dizer o contrário. Quem não rouba é um imbecil. Será? Para mim, imbecis são os que precisam roubar para crescer na vida, aliás, para crescer não, para ter coisas, crescer na vida é bem diferente, é ser mais amoroso, consciente e feliz, e não simplesmente ter um montão de dinheiro na conta bancária… Há muito mais a ser falado, mas deixo com você leitor se quiser acrescentar algo nos comentários.

Para terminar, nada melhor do que uma frase do ilustríssimo Rui Barbosa, um homem genial que acredito não ter se corrompido no meio do caminho.

“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”

Rui Barbosa

  • Para ouvir a leitura desse texto basta clicar [aqui]
Século XXI cambalache

A culpa é do outro

Por Isaias Costa

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Como já dizia o grande Raul Seixas em uma de suas canções, É sempre mais fácil achar que a culpa é do outro. Evita o aperto de mão de um possível aliado. Convence as paredes do quarto e dorme tranquilo. Sabendo no fundo do peito que não era nada daquilo. Acho brilhante a sua colocação. O que ele diz nessa música é o que a grande parte das pessoas faz. Elas querem encontrar alguém pra empurrar a culpa por seus erros. Chegando ao ponto de colocar a culpa até nas paredes do quarto. Depois de colocada a culpa nas paredes do quarto, elas tentam ocultar sua grande farsa e só então conseguem dormir.

Essa é uma das maiores prisões que a maioria das pessoas se coloca. Sendo uma prisão horrível, pois ela é interior e acontece na consciência, e quando a consciência fica presa, os prejuízos na vida podem ser muito graves ou mesmo inimagináveis.

O maior e melhor remédio para “curar” o mal de colocar a culpa no outro é a SINCERIDADE. É você se mostrar como você realmente é, sem máscaras, sem fingimento, sem subterfúgios. Mas, para isso, também é necessária outra coisa, a determinação por seguir esse caminho. É sempre mais fácil achar que a culpa é do outro.” O caminho da determinação pela sinceridade e autenticidade não é o caminho mais fácil. Não é, por uma razão muito simples, ele nos afasta de muitas possibilidades que, aparentemente, podem ser boas e vantajosas. Sendo que, na verdade, as pessoas que seguem esse caminho estão criando uma nova estrada que não é visível pelos que já estão caminhando na estrada já feita. Gosto dessa metáfora, pois é bem clara e objetiva. As pessoas honestas estão em uma estrada que elas mesmas constroem, com muita dedicação e persistência, diferente daquelas desonestas e preguiçosas, que vão pela estrada já construída, que leva para um caminho cheio de pedras tortuosas e de espinhos, que, na maioria das vezes, leva ao arrependimento e ao sofrimento.

Se você errou, seja honesto com você mesmo e diga. Eu errei. Tenho consciência dos meus atos, mas estou no firme propósito de não errar mais. Esta atitude é honrosa. Ela faz de você um homem ou uma mulher TRANSPARENTE. Quanto mais pessoas aderirem a essa filosofia de vida, mais e mais o mundo vai se tornar um lugar melhor de se viver. Aonde as pessoas não vão mais levar a culpa pelos erros dos outros. Onde cada um vai assumir o seu erro e melhorar, levando outros a fazerem o mesmo.

Portanto amigos. Coragem, coragem, se o que você quer, é aquilo que pensa e faz, coragem, coragem, eu sei que você pode mais. Eu posso mais, você pode mais, o mundo inteiro pode mais…

Para concluir, nada melhor do que a belíssima canção do Raulzito para ser apreciada: “Por quem os sinos dobram”

* Para ouvir a leitura desse texto basta clicar [aqui]

A culpa é do outro